Mesa 1: A emergência do urbano em meio a um mundo convulsionado: contexto (pós)pandêmico e intensificação das desigualdades
Palestrantes: Cibele Saliba Rizek (USP) e Marcelo Lopes de Souza (UFRJ)
Debatedora: Catia Antonia da Silva (UERJ)
Horário: 10h00 – 12h30, Dia: 11/11/2022
Como identificar a crise que vivemos? Como nomear e analisar um mundo convulsionado e suas urgências, emergências e insurgências? Como entender as ascensões neoconservadoras, fascistas e militarizantes no Brasil e no mundo, a política da barbárie com seus autoritarismos, opressões, violências e expropriações, seus desdobramentos espaciais, urbanos, e seu papel para o aprofundamento das desigualdades socioespaciais? Como a crise sanitária da COVID-19 incide na cidade segregada e nas periferias urbanas brasileiras? Que novas práticas de confinamento, de controle, de exploração, que sociabilidades e práticas espaciais urbanas emergem no contexto pandêmico? Quais desafios se colocam aos pesquisadores e ativistas? Essas são algumas questões que emergem da compreensão do urbano como objeto teórico e lugar de lutas que, diante da conjuntura necropolítica que ameaça a democracia, os direitos humanos e a vida, sobretudo daqueles que vivem nos limiares da sociedade capitalista, se configura como um grande desafio à teoria e à prática.
Link para assistir a Mesa 1: https://www.youtube.com/watch?v=QuyPQR4vqhw
Mesa 2: Por uma geografia urbana anticapitalista: teoria, método e práxis transformadoras
Palestrantes: Antônio Cardoso Façanha (UFPI), Gustavo Francisco Teixeira Prieto (UNIFESP) e Rafael Faleiros de Padua (UFPB)
Debatedor: Cláudio Zanotelli (UFES)
Horário: 14h00 – 17h00, Dia: 11/11/2022
Por que e como ser anticapitalista no mundo em que vivemos? Frente ao acirramento das contradições em diversas dimensões da realidade torna-se indispensável a construção de uma geografia urbana anticapitalista. Desta forma, qual a potência da cidade, do urbano e da problemática urbana para a superação da sociedade capitalista? Qual é o papel da universidade e do pesquisador na prática (interdisciplinar) da construção de conhecimentos frente ao produtivismo acadêmico que ameaça o desenvolvimento do pensamento crítico? Quais elementos, teorias, métodos e conceitos, para dentro e para fora da geografia, carregam a potência da práxis transformadora? Quais são as possibilidades de transformações econômicas, políticas, culturais, ambientais e sociais da cidade, da sociabilidade e da urbanização capitalista? Como práticas feministas, antirracistas e antiLGBTQIA+fóbicas potencializam a construção da(s) geografia(s) urbana(s) anticapitalista(s)? Quais relações, pontes e caminhos podem ser trilhados entre a(s) geografia(s) urbana(s) e os sujeitos sociais com vistas à superação das relações de poder e à realização de uma práxis transformadora?
Link para assistir a Mesa 2: https://www.youtube.com/watch?v=GpCZb6zkCRo
Mesa 3: Fronteiras e escalas do urbano: problemática ambiental, dinâmicas regionais e relações cidade-campo
Palestrantes: Livia Fioravanti (IFMT), Rosa Moura (IPEA) e Sandra Lencioni (USP)
Debatedora: Mariana Zerbone de Albuquerque (UFRPE)
Horário: 17h30 – 20h30, Dia: 11/11/2022
A cidade, o urbano e a metrópole vêm desafiando as sociedades, os movimentos sociais, os governos, os profissionais e os pesquisadores a debater os conteúdos urbanos de espaços, lugares, territórios e regiões bem como a tomar parte diante da crise socioambiental que vivemos em múltiplas escalas. Algumas inquietações se levantam diante disso: como avança a produção do urbano no território nacional? Quais as escalas do agronegócio sobre o urbano atual? Quais novas dinâmicas socioambientais e do campo se articulam na produção do urbano, e vice-versa? Quais conteúdos e conflitos são gerados na produção da urbanização e nas fronteiras do urbano nas diversas regiões brasileiras? Quais questões se entrelaçam com a história fundiária do país, do rural ao urbano? Como se recoloca atualmente o fenômeno da metropolização do espaço, e quais são suas implicações socioambientais? Quais são os efeitos da nova relação ideológica/neoliberal do Estado com a questão ambiental na vida urbana?
Link para assistir a Mesa 3: https://www.youtube.com/watch?v=13FdlBZgNNc
Mesa 4: A acumulação capitalista e a produção do espaço urbano: como se (re)configuram a terra, o trabalho e o capital no urbano hoje?
Palestrantes: César Ricardo Simoni Santos (USP), Marcio Piñon de Oliveira (UFF) e Thiago Canettieri de Mello e Sá (UFMG)
Debatedora: Regina Tunes (UERJ)
Horário: 14h00 – 17h00, Dia: 12/11/2022
A compreensão da atual realidade urbana exige olhar para uma extensa complexidade de novos elementos e processos — financeiros, imobiliários, fundiários, institucionais, técnicos, simbólicos, pandêmicos etc. Nesse sentido, como se destaca a leitura da economia política para a interpretação da produção do espaço urbano? Qual é a centralidade e a complexidade atual da tríade terra-trabalho-capital, tanto para a acumulação urbana quanto para sua elucidação? Como a técnica, importante elemento da reprodução do capital, do espaço e da sociabilidade hoje, se integra nesta tríade e nas estratégias de sobrevivência da classe trabalhadora (comércio popular, viração, uberização, teletrabalho), formas que tem acentuado exploração, espoliação, e desigualdade sexual e racial do trabalho? Como o Estado, em suas reformas e programas neoliberais, tem organizado estrategicamente o espaço econômico, social e político em face da mundialização?
Link para assistir a Mesa 4: https://www.youtube.com/watch?v=j15Cwf0SfpM
Mesa 5: Das violências contra os sujeitos à violência da urbanização desigual: relações de classe, gênero, raça e lutas por identidades e direitos nas cidades
Palestrantes: Alex Ratts (UFG), Renato Emerson dos Santos (UFRJ) e Silvia Lopes Raimundo (UNIFESP)
Debatedora: Gabriela Leandro Pereira (UFES)
Horário: 18h00 – 21h00, Dia: 12/11/2022
Em nossa sociedade as várias formas de violências e violações tendem a não aparecer em sua complexidade ou aparecer como criminalidade, representada no urbano como violência intrínseca às cidades e frequentemente atrelada, pelas elites e classes conservadoras, aos grupos sociais pobres e periféricos. Neste sentido, torna-se necessária uma reflexão ampla e profunda sobre as múltiplas violências que são condição, meio e produto para a/da urbanização desigual, como elas operam, no cotidiano, os conteúdos e fundamentos dessa urbanização capitalista sobre sujeitos, classes e categorias sociais. Sobretudo, faz-se necessário um esforço de compreensão das violências de gênero, raça e classe em suas múltiplas intersecções, bem como na dimensão da construção do reconhecimento, apontando caminhos da crítica e das lutas para uma desfragmentação do entendimento e da atuação por reconhecimento de identidades e direitos sociais nas cidades.
Link para assistir a Mesa 5: https://www.youtube.com/watch?v=1C94jA0i_zE
Mesa 6: Movimentos sociais e ativismos urbanos: desafios e perspectivas à teoria e à luta pela transformação social
Palestrantes: Ângelo Serpa (UFBA), Benedito Roberto Barbosa (UNMM-SP), Denilson de Oliveira (UERJ) e Helena Silvestre (Escola Feminista Abya Yala)
Debatedora: Tatiana Tramontani Ramos (UFF)
Horário: 14h00 – 17h00, Dia: 13/11/2022
O mundo e as cidades lidas por meio das contradições evidenciam múltiplos conflitos, por vezes mais conscientes e organizados em lutas, por vezes mais difusos e espontâneos. As ações coletivas, sejam elas urbanas ou não, se colocam como um importante elemento para a teorização bem como para a visibilização e legitimação social das lutas frente às inúmeras desigualdades, violências e violações vividas e reproduzidas cotidianamente. Novos, novíssimos e nem tão novos movimentos sociais e ativismos urbanos têm surgido e desafiado a imposição neoliberal e neofascista das formas de trabalhar e viver, demandando clareza na reflexão sobre a espacialidade da ação social diante de questões como formas de organização e mobilização em rede, estratégias discursivas e de tensionamentos espaciais como bloqueios, protestos, ocupações de espaços e edifícios públicos etc. A escala das ações coletivas e o grau de incidência política e institucional a partir do urbano, o uso do espaço das cidades – centros e periferias – como instrumento de construção de autonomia e de estratégias contra-hegemônicas de politização, são vertentes relevantes a serem debatidas.
Link para assistir a Mesa 6: https://www.youtube.com/watch?v=wWPSSzOaKWQ
Mesa 7: A quem pertence a cidade?: relações Estado-espaço, política urbana e planejamentos em disputa
Palestrantes: Ester Limonad (UFF), Isabel Alvarez (USP) e Olga Firkowski (UFPR)
Debatedor: Álvaro Ferreira (PUC-RJ)
Horário: 09h00 – 12h00, Dia: 14/11/2022
A partir da pergunta “A quem pertence a cidade?” buscamos provocar uma problematização dos limites, possibilidades e implicações da atuação do Estado no espaço urbano via política urbana e planejamento urbano (gestão urbana, urbanística, legal, ordenamento jurídico da terra etc.). É preciso entender como o Estado produz e reproduz contradições espaciais na cidade, alinhando-se à acumulação capitalista que situa a cidade e a política urbana como negócios. As representações de um espaço-mercadoria ordenado, normatizado e burocratizado – plasmadas em modelos de cidades reguladas por um planejamento tecnocrático e autoritário – podem ser superadas por espaços de representação e conteúdos diferenciais vindos da prática urbana cotidiana? Em que medida as formas outras de planejamento urbano, como o planejamento alternativo, participativo, subversivo, popular, comunitário, conflitual, contraplanejamento, entre outros, revelam disputas em torno da produção da cidade e do seu sentido, e são capazes de enfrentar cooptações de uma gestão e uma governança “democráticas” da cidade? Como pensar as políticas públicas em tempos de aprofundamento do empresariamento da cidade e do seu planejamento? São algumas das questões a serem desenvolvidas nesta mesa.
Link para assistir a Mesa 7: https://www.youtube.com/watch?v=Ddk7ARRItKU
Mesa 8: As utopias concretas no urbano: experiências, justiça espacial e direito à cidade
Palestrantes: Arlete Moysés Rodrigues (UNICAMP), Jorge Luiz Barbosa (UFF) e Tadeu Pereira Alencar Arrais (UFG)
Debatedor: Danilo Volochko (UFPR)
Horário: 13h30 – 16h30, Dia: 14/11/2022
A mesa de encerramento do XVII SIMPURB propõe um debate e uma ação críticas sobre utopias experimentais e espaços de esperança a partir das distintas formas de construção de lutas anticapitalistas, de justiça espacial e de direito à cidade no Brasil e/ou no mundo. Para isso pretende-se dialogar com experiências que apontem projetos diferenciais de vida urbana, trilhados por meio de formas de organização, instâncias de atuação e comunicação, estratégias políticas e de politização que contestem radicalmente a sociabilidade, a racionalidade e a espacialidade capitalistas. Este desafio já vem sendo realizado nas cidades, nas periferias, em sua articulação com o campo, em múltiplas escalas, por diversos grupos, sujeitos coletivos, movimentos sociais, entidades, instituições, organizações e redes de solidariedade mais ou menos institucionalizadas e com perspectivas de autonomia mais ou menos afins. Estes sujeitos refletem e agem por meio de lutas urbanas ligadas a dimensões como educação popular, cultura, juventude, acessibilidade, da luta contra o racismo, contra a violência de gênero e contra as distintas formas de violência, violação, autoritarismo, expropriação e extermínio promovidas por governos, pelo Estado e por grupos neoconservadores e fascistas. Apresentando enfrentamentos reais queremos discuti-los como caminhos teóricos e possibilidades concretas de construção de práticas socioespaciais capazes de erodir segregações socioespaciais e avançar na superação da urbanização capitalista.
Link para assistir a Mesa 8: https://www.youtube.com/watch?v=GhoSqdJYHk0